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OPINIÃO: O poder da palavra nas redes sociais

Estamos vivendo em um mundo digital, globalizado, em que as informações são simultaneamente disseminadas em todo mundo, sejam elas boas ou ruins. O nosso mundo constrói heróis, como Yuri Trotsky, 34 anos, que durante o jogo Brasil e México, com seu olhar "eletrizante", tornou-se mascote do Brasil (não deu muita sorte) e com perfil em rede social de milhares de seguidores. Da mesma forma, as informações em redes sociais podem destruir a vida, a carreira de alguém, basta, muitas vezes, uma palavra.

Como exemplo recente, temos o caso do ator Bruno Gagliasso, que se envolveu em embate com o youtuber Júlio Cocielo. Este, em sua rede social, tuitou durante o jogo do Brasil e França que o jogador negro Mbappé faria "uns arrastão top na praia". Em contrapartida à postagem de cunho racista, empenhou-se em fazer campanha nas redes sociais para que o influecer digital perdesse patrocinadores, o que de fato ocorreu. Entretanto, não contava que os seguidores do youtuber usariam da mesma arma. Reviraram o twitter do ator e acharam um tuíte de 2009, com tom homofóbico, e da mesma forma fizeram campanha incitando os patrocinadores a encerrarem contrato com o ator devido às suas postagens, o que ocorreu, a exemplo das marcas Adidas, Banco Itaú, entre outras.

O que se pode tomar como lição é que manifestações preconceituosas, discriminatórias, não tem mais espaço. E o que se admitia como piada antigamente, hoje não mais se aceita. Quando somente uma parte ri, um segmento, uma classe, determinadas pessoas, é porque não é piada. Além disso, o youtuber em questão teve diversos tuítes de cunho extremamente racistas.

Ainda, dentro desse mesmo assunto, semana passada, em Porto, Portugal, houve um episódio envolvendo uma jovem colombiana, negra, que foi violentamente agredida por um segurança. A partir disso, foi realizada uma manifestação na cidade contra a manifestação racista e em um dos cartazes podia se ler: "se o racismo é algo de que estão fartos de ouvir, imagina como é vivenciá-lo todos os dias". Tanto o ator como o youtuber se disseram arrependidos. De fato, um tuíte de 2009 é de se dar a chance da pessoa realmente ter mudado, o que pode ter ocorrido; já o outro, não se pode ter tanta certeza se ocorreu uma mudança, porque são muitos tuítes, todos racistas, ou se o arrependimento foi pela repercussão negativa dos fatos.

De qualquer forma, fica como lição: a palavra tem poder; o que cai na rede, fica na rede; não há mais lugar para discriminação, sob qualquer forma; e só é piada quando todos riem.

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